"Porque Prevenir Faz Sentido"
Nos últimos tempos têm sido atribuídas determinadas responsabilidades e atitudes, pouco abonatórias, aos motociclistas, que têm de ser refutadas. O bom nome da grande generalidade dos motociclistas, como cidadãos de pleno direito, só porque se deslocam numa moto, não pode ser discriminado relativamente aos demais.
Será diplomático considerar, como é comum dizer-se para quase tudo, que a responsabilidade é de nós todos. Uns mais que outros, obviamente.
Também se diz que é necessário inverter as mentalidades, que muito há a fazer ou então que nada consegue mudar o actual sistema.
Da parte dos motociclistas tem ser feita a demonstração cabal e inequívoca de que é possível alterar as coisas e aí cabe realmente a todos esse exercício. E que a mensagem passe a todos, independentemente de se deslocarem em motos, em carros ou a pé, serem ricos ou pobres, relacionados com autoridades ou entidades ligadas ou não ao meio rodoviário.
Os motociclistas, por serem conhecedores do meio, entendem poder participar numa estratégia de melhoria, avançando com algumas ideias, estruturadas e organizadas, com linguagem própria, prevendo colher frutos do seu trabalho nos tempos futuros.
Por certo procuram resultados palpáveis do seu trabalho, com certeza não somente louros pelas iniciativas, elogios ou medalhas para pendurar na parede dos seus escritórios.
Nem sequer se procura protagonismo egocêntrico ou pontual tão frequentemente encontrado nas datas mais mediáticas, mas tão somente contribuir para uma causa de vida, com segurança, com liberdade mas acima de tudo com respeito por nós próprios e pelos outros.
Considerando-se que a Concentração Internacional de Motos de Faro é um acontecimento mediático, importa que não seja encarado primeiramente porque podem ocorrer situações menos positivas, mas especialmente porque é uma festa, com todas as coisas boas que comporta.
Todos têm de contribuir com a sua cota parte de esforço nesse sentido. Todos mesmo. Os forasteiros, portugueses e estrangeiros, os naturais da região e especialmente os residentes nas zonas mais frequentadas nas imediações de Faro e do recinto da Concentração.
É sem dúvida uma grande responsabilidade promover uma campanha publicitária sobre um tema recorrente como o da sinistralidade rodoviária, para mais não dispondo de tantos meios como outros disporão.
Mas se as campanhas são tantas porque não obtém os objectivos pretendidos? Será uma falha de comunicação? Não serão os promotores conhecedores do público alvo a que se destinam? Talvez seja por aí!
Se os acontecimentos mediáticos podem ser utilizados para passar mensagens e o prestígio e credibilidade das entidades envolvidas é determinante no seu sucesso, então temos parte dos requisitos preenchidos: 33 edições da maior Concentração de Motos da Europa e o seu promotor, o Moto Clube de Faro, também um dos maiores e mais reconhecidos da Europa.
Acredita-se que não deixará ninguém indiferente.
É necessário e imperioso mostrar às pessoas que outros se preocupam realmente com elas. Que trabalharam muito para que uma atitude menos pensada estrague tudo. Criar uma relação de respeito mútuo entre todos os presentes, no recinto, na cidade, na praia e nas estradas da zona, mas também em todas as cidades, todas as praias, todas as estradas de Portugal e onde quer que seja.
Devem ser estes os motivos das notícias. Que se organizou algo de bom, que se promoveu algo de positivo e que os resultados foram conseguidos. É por motivos destes que o Moto Clube de Faro quer ser noticia.
A base de toda a campanha, será o símbolo 0K.
Importa portanto esclarecer o seu significado e origem. A expressão 0K, que na realidade pretende representar um zero "0" e o "K" a palavra Killed, é conhecida como um símbolo de positividade, está tudo bem...
A origem remonta à guerra da Coreia, onde as tropas em combate criaram esta expressão que afixavam no acampamento para indicar que em determinada missão não tinham tido baixas (mortos). Ou seja, quando em missão que acarretava riscos, não ocorriam mortes, como sinal de que tudo tinha corrido bem, aplicavam o termo "0K" (Zero Killed, traduzindo, "zero mortos").
A ambição e capacidade de resposta às dificuldades já demonstrada sobejamente pelo Moto Clube de Faro, garante-lhe um capital de créditos firmados que permitem assegurar o seu empenho em mais esta causa, na qual não são virgens, tal como comprovam outras actividades do género já desenvolvidas em anos transactos, em prol da segurança em geral e dos motociclistas em particular.
Identificados alguns factos e argumentos de várias partes envolvidas, cabe a última palavra aos utilizadores dos veículos de duas rodas, profissionalmente ou por prazer, que não têm de o fazer mas devem mais uma vez demonstrar que realmente são cidadãos de respeito, devendo promover esta ideia sempre.
A coragem do Moto Clube de Faro em lançar esta campanha merece o apoio de todos os que gostam de Motos e a Concentração Internacional de Motos de Faro será o local ideal para o demonstrar.
- NOTA DO WEBMASTER -
O texto que acabam de ler constituíu a base da nossa campanha "zerOKilled" e está acessível desde há vários anos. O que não se sabia na altura é que a vossa atitude iria ser a nível das atitudes que fazem alguém sentir-se orgulhoso de pertencer a um grupo social: O resultado não podia ter sido melhor, literalmente "zerOKilled", uma festa mas também uma demonstração de civismo e respeito mútuo com o resultado feliz (ou, se quisermos, normal) de não haver perdas humanas, pelo terceiro ano consecutivo. Temos a certeza de que todos nos orgulhamos deste resultado e tentaremos manter presentes estes princípios em cada dia da nossa vida como utilizadores de vias públicas, independentemente do número de rodas que utilizemos.
Pelo seu interesse intemporal, ficará acessível até, pelo menos, à próxima iniciativa neste sentido.
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